Abdominoplastia: esclareça suas dúvidas sobre a plástica do abdômen
A cirurgia melhora o contorno corporal e costuma ser indicada especialmente após gestação ou emagrecimento
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Cada cirurgia, naturalmente, tem objetivos bem específicos e também possíveis riscos, podendo ser bem indicada ou não para uma pessoa. Por isso, é fundamental só se submeter a uma cirurgia plástica se ela for feita por um profissional de confiança que, além de ter experiência, possa te orientar corretamente sobre todos os detalhes do procedimento, para que, assim, você possa avaliar os prós e contras e tomar sua decisão sobre fazê-lo ou não.
A abdominoplastia em especial, um procedimento bastante procurado, é a cirurgia que retira o excesso de pele do abdômen. Maieve Corralo, cirurgiã plástica, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), da Associação Brasileira de Cirurgia Craniomaxilofacial (ABCCMF) e da American Society of Plastic Surgery (ASPS), diretora da clínica ELEV (RJ), explica que a abdominoplastia é usualmente associada à lipoaspiração, e deixa uma cicatriz que fica “na altura do biquíni”. “É um dos procedimentos mais procurados em nosso consultório, cerca de 30% das cirurgias”, comenta.
André Barbosa, cirurgião plástico e diretor médico da All Clinik, reforça que a abdominoplastia é a cirurgia realizada para corrigir flacidez e excesso de pele em abdômen e, na maioria dos casos, corrige também a diástase (afastamento) dos músculos retos abdominais.
Para quem a abdominoplastia é indicada?
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Como no caso de outras cirurgias plásticas, é muito importante avaliar as indicações da abdominoplastia, não basta simplesmente “querer fazer”.
Maieve comenta que esta cirurgia é indicada para pacientes que apresentam flacidez de pele no abdômen, especialmente após uma gestação ou emagrecimento.
Barbosa ressalta como principais indicações: casos em que existem flacidez e afastamento da parede abdominal (músculos retos se afastam durante a gestação e, depois que o útero involui, a musculatura não volta para o local anterior) e quando existe excesso de pele. “Um típico exemplo é o ‘abdômen em avental’, onde a flacidez é tanta que a pele dobra-se sobre o abdômen”, diz.
Dessa forma, tanto homens como mulheres podem se submeter a esta cirurgia. Em contrapartida, a abdominoplastia não é indicada quando não existe excesso de pele e não há flacidez suficiente.
“Tabagistas devem evitar o procedimento enquanto estiverem fumando, pacientes que desejam engravidar devem postergar a cirurgia para depois da gestação. Pacientes jovens com acúmulo de gordura abdominal sem flacidez devem ser submetidos à lipoaspiração e não à abdominoplastia”, orienta Maieve.
Como é a cirurgia?

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A especialista explica que, para realizar uma abdominoplastia, é necessário realizar exames pré-operatórios de acordo com o quadro clínico e fazer jejum de oito horas antes da cirurgia. “O procedimento tem duração variável, em média três horas. É necessário usar cinta modeladora por 2 meses no pós-operatório”, acrescenta Maieve.
“Na cirurgia, ressecamos um grande retalho abdominal (geralmente da linha da cesariana até o umbigo), depois fazemos um descolamento da pele que ficou até o apêndice xifoide. Em seguida, corrigimos a diástase (afastamento) dos músculos retos abdominais dando pontos em toda a extensão. Em seguida, tracionamos essa pele até cobrir toda área do segmento de pele e gordura que ressecamos no início. Incisamos a pele na altura do umbigo anterior, e damos pontos nas bordas da cicatriz umbilical deixando esse umbigo o mais discreto possível, sem aspecto de umbigo operado”, detalha André Barbosa.
Como fica a cicatriz da cirurgia?
Maieve explica que a cicatriz fica na região pubiana, ocupando toda porção anterior do abdômen, dentro da marca do biquíni, e outra na circunferência do umbigo.
Barbosa destaca que, a cicatriz ficando posicionada dentro do biquíni, não fica aparente com roupa de banho e lingerie.
Quais são os riscos da abdominoplastia?

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O cirugião André explica que, como em qualquer cirurgia plástica, quando se é feita a consulta adequada e são solicitados todos os exames pré-operatórios e de risco cirúrgicos, existe uma grande segurança no procedimento. “Mesmo assim, toda cirurgia tem riscos inerentes a qualquer procedimento, dentre eles a embolia é o mais importante, pelo descolamento da pele. Fazemos, como rotina em nossos pacientes, toda profilaxia de embolia, como uso de massagem ativa pneumática (aparelhos que fazem massagem nas pernas durante todo o tempo da cirurgia, e depois no apartamento, até o paciente levantar e caminhar. Também usamos medicação específica no pós-operatório quando o paciente tem mais chances, como, por exemplo, quem tem varizes”, explica.
Como é a recuperação da abdominoplastia?
Barbosa destaca que, em torno de uns 15 dias, é preciso fazer um repouso maior. “Depois, gradativamente o paciente vai sendo liberado. “É importante ainda não esticar muito o abdômen, para não forçar a cicatriz, além de usar cinta de dois a três meses e não dirigir no primeiro mês”, diz.
Maieve acrescenta que o período de recuperação exige ainda que o paciente durma semissentado pelo período de 10 a 15 dias, assim como andar curvado. “Orienta-se dormir com a barriga para cima por 2 meses e usar cinta cirúrgica neste período. Não se pode elevar peso por 3 meses. Recomenda-se evitar exposição solar enquanto as cicatrizes estiverem avermelhadas”, diz.
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